História de Vespasiano MG.
A descoberta de ouro, no final do século XVII, na região das cidades de Sabará, Caeté, Mariana e Ouro Preto (1690) e, posteriormente, a descoberta de diamante (1729) na região do Tejuco (Diamantina) e Vila do Príncipe (Serro) passaram a atrair um grande número de pessoas para o interior do nosso Estado. Estes aventureiros abriam trilhas pelas matas, e, nos locais de pousada da expedição, surgiam pequenos núcleos isolados.
A formação dos núcleos urbanos do município de Vespasiano e outros da região, só teve início por volta do final do século XIX, quando a cidade de Belo Horizonte foi inaugurada, como nova sede do governo de Minas Gerais.
Atraídas pela transferência da capital, diversas famílias vieram instalar-se aqui, lideradas por D. Mariana Joaquina da Costa, fundadora do povoado da Fazenda do Capão. Este foi o primitivo nome da localidade, que, com a construção das primeiras casas em terrenos vendidos ou doados à futura Paróquia, passou a se chamar Arraial do Capão.
Em 1897, com a inauguração da estação da E.F.C.B., o arraial passou a se denominar Vespasiano, em homenagem ao administrador da Estrada de Ferro, o Coronel Vespasiano Gonçalves de Albuquerque.
O núcleo sede de Vespasiano, os povoados de Cipriano, Bernardo de Souza e Nova Granja constituíram distrito do município de Santa Luzia, até 1948. A criação do Distrito de Vespasiano se deu através da Lei nº 663 de 18 de dezembro de 1915.
O desenvolvimento do Distrito vinculou-se também ao crescimento da capital, principal mercado consumidor da produção agrícola (milho, feijão, mandioca, etc.) pecuária (carne e leite) e de produtos minerais oriundos dos recursos naturais da região, como pedra calcária, cal de pedra, areia, madeira, etc.
A ferrovia, aqui instalada, facilitou significativamente o escoamento destes produtos para a capital, além de atrair novos moradores para a região: comerciantes, fazendeiros, lavradores, fabricantes de tijolos, telhas, etc.
A ocupação de Vespasiano se deu, inicialmente, ao longo do eixo do Ribeirão da Mata e Estrada de Ferro, onde a topografia era mais favorável ao assentamento dos seus novos habitantes.
A exploração do calcário e a passagem da rodovia MG-1 (atual MG 242) deram origem ao povoamento de São José da Lapa, onde se instalou, em 1948, a ICAL. Em 1992, São José da Lapa tornou-se município independente, por força da Lei Estadual nº 10.704 de 27/04/92.
A recém-fundada Prefeitura se instalou no sobrado da principal rua de Vespasiano, onde hoje se encontram instalados a Casa da Cultura, o Museu "Dona Mariana da Costa" e o Museu de folclore "Saul Martins".
A partir de 1950, o município de Vespasiano passou a apresentar um expressivo crescimento populacional, embora sua base econômica continuasse com as atividades agropecuárias, até o final dos anos 60. Neste período, destacou-se a instalação da Itaú Portland, cuja matéria-prima era extraída das reservas naturais de São José da Lapa. Este núcleo abrigou significativo surto demográfico, não só pela extração de calcário, como também por outras atividades, como a avicultura desenvolvida na Fazenda Nova Granja.
O crescimento demográfico ocorrido não se concentrou apenas em São José da Lapa, já que outras ocupações aconteceram no local denominado "Terra das Boleiras" (hoje Vila Esportiva), mais voltado para a região de Belo Horizonte que Vespasiano.
Os eixos vários que cortam o município no sentido norte-sul, ou seja a MG-010, que liga Belo Horizonte a Lagoa Santa, passando por Vespasiano e a MG-424 que liga Belo Horizonte a Pedro Leopoldo, passando por São José da Lapa (eixos estes que se convergem na região da "Terra das Boleiras"), também contribuíram para o surgimento de diversos núcleos do município, devido ao avanço da aglomeração metropolitana para estas direções.
Em 1969, instalou-se na sede do município, a primeira grande indústria, a Cia. Alterosa de Cervejas (mais tarde ocupada pela Cia. Antártica de Cervejas).
Vespasiano começou assim a se ingressar na era industrial. Até então, as atividades econômicas do município se resumiam à extração mineral, cerâmica, pequenas indústrias urbanas como serralherias e beneficiamento da produção agrícola.
Em 1973, instalou-se, às margens do Ribeirão da Mata, a Soeicom, e o distrito Industrial "Professor José Vieira de Mendonça", em 1976, onde se instalaram indústrias de grande e médio porte, como a Mannesmann Demag Ltda., Belgo Mineira Bekaert Artefatos de Arame Ltda. E mais tarde a Indústria Gessy Lever Ltda.
O crescimento industrial do município acompanhou o "boom" do crescimento do Estado de Minas Gerais, o que resultou numa grande concentração populacional na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
As indústrias aqui instaladas propiciaram nova base econômica da qual o município ressentia e estas indústrias aceleram o crescimento demográfico da região, anteriormente dinamizado por Belo Horizonte/Contagem.
O distrito de São José da Lapa continuou o seu processo separado de expansão, através da indústria mineral extrativa, contando também com a presença da ICAL. Em 1992, ocorreu a emancipação desse distrito que, situado próximo a Belo Horizonte e Pedro Leopoldo, mantém com estas localidades relações estreitas (emprego, comércio e serviços) e pouco vínculo com o núcleo urbano sede de Vespasiano.
É importante observar que a rápida industrialização provocou um forte esvaziamento no setor agrícola de Vespasiano, não só pela atração de mão-de-obra rural pelas indústrias, mas também pela sua poluição, que eliminou, em suas proximidades, as atividades rurais. Mas ainda persistem atividades agrícolas em grande parte da região, tendo como núcleos de apoio as povoações de Inácia de Carvalho, Angicos, Cipriano, Bom Sucesso, Bernardo de Souza e Nova Granja, que mantém características rurais (Plambel, 1987).
A evolução dos dados dos censos demográficos, a partir de 1970, mostram um crescimento acelerado da população urbana, reflexo desse processo de industrialização, assim como aumento de interligação com Belo Horizonte, com especial ênfase na década de 80, quando a cidade absorveu parte do crescimento populacional, resultante da dinâmica da expansão metropolitana.
Vespasiano apresenta certa continuidade de ocupação e alguma unidade de povoamento, pois os bairros que circundam o centro mantém estreita vinculação com a parte tradicional da cidade, situada às margens do Ribeirão da Mata.
Nestes bairros (Centro, Célvia, Caieiras, Santo Antônio, Názia, Jardim Itaú, Lourdes, Jardim Alterosa, Central Park, Fagundes) se desenvolveram áreas residenciais, centro de comércio e serviços e centro administrativo.
Entretanto, este centro do município permanece com características tradicionais, com predomínio de pequenos estabelecimentos comerciais de atendimento à demandas imediatas, não constituindo um pólo suficientemente forte para minimizar a atração exercida pelo Centro Metropolitano, cuja relativa proximidade é apontada como um dos fatores de inibição do desenvolvimento do centro local. Este processo é ainda influenciado pela fragmentação do município em núcleos urbanos dos bairros mais distantes e recentemente surgidos, que se desenvolveram sem vínculos acentuados com a sede.
Vespasiano desponta hoje como um dos municípios mais promissores da RMBH, possuindo e oferecendo as condições mais objetivas para o desenvolvimento da região como um todo, e a nível municipal, reforça e amplia sua vocação industrial.
Os recursos existentes, aliados à infra-estrutura e à proximidade da capital, privilegiam a região, que é satisfatoriamente servida por rodovias (MG-424 e MG-010) dois aeroportos (Pampulha e o Internacional "Tancredo Neves") e rede ferroviária, com dupla bitola, comunicando-se dessa forma com as principais capitais e centros comerciais do país, inclusive portos.
A região conta também com serviços de abastecimento de água, correio, luz e telefonia (administrados por companhias estaduais) e rede hoteleira, hospital, Terminal Rodoviário, Postos de Saúde, quadras poliesportivas, etc.)
Vespasiano contará com a mais revolucionária eficiente e ecologicamente correta fonte de energia fóssil que é o gás natural, fruto de uma conjugação de esforços, no sentido de diversificar a matriz energética estadual. Vespasiano será contemplada com um investimento de R$20 milhões de reais, na construção de uma rede adicional de 40km de gasoduto, que fornecerá 380.000 m3/dia de gás metano. Todo o projeto está sob o gerenciamento e execução da GASMIG, concessionária da distribuição de gás no Estado de minas Gerais.
O gasoduto trará gás natural da bacia de Campos para abastecer minas Gerais. Este gasoduto vai possibilitar a distribuição de gás natural que é um combustível não poluente, também chamado de "Energia Verde", substituindo o óleo combustível, lenha ou carvão, entre outros, proporcionando importante ganho ambiental.
Por estas peculiaridades o Município de Vespasiano constituiu-se, tecnicamente, em forte opção para expansão industrial da RMBH.
Data de Emancipação: Em 27 de dezembro de 1948, Vespasiano foi levado a condição de município pela Lei Estadual nº 336. Desmembrado do Município de Santa Luzia. A emancipação política foi uma conquista de muitos homens que trabalharam para a consolidação do novo estágio de desenvolvimento sócio-cultural e econômico do município de Vespasiano, como: Sebastião Fernandes, Padre José Senabre Sanroman, Elias Nassif, João Silva, Humberto Soares da Rocha, Luis Teixeira da Costa, José Elias Issa e outros.
Primeiro Prefeito: Nos primeiros anos que se seguiram à sua emancipação, Vespasiano teve um intendente, Sr. Francisco Inácio de Lima, que assumiu a administração municipal no período de 27/12/48 a 26/03/49.